créditos - Séries, etc

Salazar ensinou, mas ao que parece Portugal não foi o melhor aluno. Senão, vê os exemplos...


O desemprego desceu em Fevereiro, mas Portugal continua com uma das mais altas taxas da Europa.


Isabel Pires de Lima, hoje, em declarações à Rádio Renascença: “
Não podemos dizer que estamos a injectar milhões e milhões no apoio às artes,
nem no património, porque não estamos”.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s avisou que o risco de
crédito de Portugal continua pressionado pela ‘fraqueza’ das finanças públicas,
o baixo crescimento económico e pela necessidade de implementação de reformas
estruturais.

in Correio da Manhã, 30 de Março de 2007


Hoje o texto enalteceria os buracos , as curvas perigosas, as 926 zonas de perigos nas estradas portuguesas, e as caríssimas auto-estradas que cortam Portugal de lés a lés.

A dona de casa

Emilita é muito esperta e desembaraçada, e gosta de ajudar a mãe.
- Minha mãe: já sei varrer a cozinha, arrumar as cadeiras e limpar o pó. Deixe-me pôr hoje a mesa para o jantar.
- Está bem, minha filha. Quando fores grande, hás-de ser boa dona de casa.


A cantina escolar

- Gostei tanto de ir hoje à escola, minha mãe! A senhora professora estava muito contente, porque inaugurou uma cantina, onde os meninos pobres podem almoçar de graça. Se visse, Mãezinha! As mesas muito asseadas, os pratos branquinhos, jarras floridas e tudo tão alegre!
A sopa cheirava que era um regalo; e todos nós estávamos satisfeitos, ao ver os pobrezinhos matar a fome.
O filho do carpinteiro, a quem eu às vezes dava da minha merenda, de vez em quando ria-se para nós, como que a dizer:
- Está óptima, a sopinha!
Perguntei à senhora professora quem tinha feito tanto bem à nossa escola e ela respondeu-me:
- Foi o Estado Novo que gosta muito das crianças e para elas tem mandado fazer escolas e cantinas, creches e parques. Mas as famílias que possam também devem ajudar. Não te esqueças de o dizer à tua mãe.

Descobrir diferenças


Lisboa acordou ontem com um cartaz do Partido Nacional Renovador (PNR) a "desejar" boa viagem a todos os imigrantes.


O cartaz é xenófobo e racista e devem ser tomadas severas medidas legais para a retirada do cartaz e contra o partido.

Contudo não vamos dar muita atenção a essas mentes iluminadas do PNR. Não tenho quaisquer dúvidas que o objectivo deles foi atingido – através de uma acção polémica tiveram tempo de antena nas televisões e caracteres nos jornais. A discussão está lançada sobre o crescimento dos movimentos nacionalistas em Portugal, e eles regozijam-se. Só é pena que para se falar de um assunto tão sério como o nacionalismo se tenha de dar tanta atenção a um partido que não merece estes dez minutos que estou a perder enquanto escrevo sobre eles.


Mas fiquei com uma dúvida...


Em declarações à RTP, aquela grande mente iluminada que dá pelo nome de José Pinto Coelho dizia que aquele não é um cartaz contra os imigrantes, mas sim contra a imigração em si.


É obvio que ele nunca ouviu falar da relação sujeito – acção. O que define um sujeito não é aquilo que ele faz? Um político (como esse senhor se intitula) não é político porque faz política? Penso que é difícil para alguém ser uma coisa se não a fizer. Alguém me explica como é que alguém pode ser imigrante senão imigrar?


Ou seja, é o mesmo que dizer eu até nem sou contra os ladrões, não concordo é com os assaltos. Não sou contra os terroristas, mas sim contra os atentados terroristas.


Alguém me pode explicar a diferença? E já agora, expliquem ao Coelhinho também.
Não ao Coelhinho da Páscoa, mas ao Coelhinho Fascista.

Um grande smile






Unexpedient, overacute
or a fame


Salazar foi democraticamente eleito o maior português de sempre.


Tem piada.


É que e não fosse ele hoje não sabiamos o que era a democracia.
Se não fosse ele e aquela cadeira hoje não teríamos um feriado em Abril.
Se não fosse ele não havia democracia em Portugal.
Se ele não tivesse morrido nunca poderíamos ter votado nele como a maior personalidade portuguesa de todos os tempos.


Se não fosse ele hoje não poderíamos votar.
Ponto final.
Parágrado.
Travessão.


Há males que vêm por bem.

Acho mal...

Eu não tenho nenhuma prima Vera, por isso para quando um dia da prima Elsa ou Cristiana ou Ana ou Rita ou Nádia ou Sandra ou Tânia ou Andreia? E porque não pode ser o dia do primo Nuno ou Fernando?
Acho mal, pois claro que acho mal...

Uma quarta-feira à noite

Estava sentada naquele café, a fazer horas para a aula de aeróbica. Ela chegou, disse boa noite e sentou-se ao meu lado. Depois virou-se para mim e perguntou-me se podia fazer uma pergunta. Disse que sim. Ela era tão livre de perguntar como eu de responder.
"Como conseguiste emagrecer tanto em tão pouco tempo?"
"Foi fácil! Fiquei doente".
Ela corou. E não mais me falou naquela noite.

Óptimas notícias

Hoje tive consulta no IPO. Já não ia lá à seis meses.
Só isso é já muito bom mas o mais importante foram as conclusões da consulta.
O Dr. J. gostou muito de me ver, disse que eu estava muito bem que perante aquilo que eu disse a crise estava ultrapassada e os exames ao sangue comprovavam o mesmo e..
L I B E R O U - M E!!!
Disse que podia voltar a comer normalmente. Aos poucos, devo introduzir na minha dieta os alimentos "proibidos"... o pior mesmo é o medo.
Vai ser um passo depois do outro... Porque o caminho faz-se andando. Não é assim que se diz? Então, pouco a pouco vou comendo coisas novas... quando piorar já sei do que é...

Soneto

Composição poética de catorze versos
dispostos em duas quadras
e dois tercetos



Eis a lista para quem não sabe o que oferendar…

DVD’s. É simples e não é pedir muito. Ando perdida por séries, por isso as sugestões são:

FRIENDS
já tenho as 5 primeiras séries, por isso agradece-se o resto…

SEINFELD
tenho a primeira e a segunda, por isso por ser uuma das outras


E das seguintes, ainda não tenho nenhuma por isso pode ser qualquer uma…

HOUSE

GREY’S ANATOMY


LOST

A Insustentável Leveza do Ser


"O homem, porque nao tem senao uma vida, nao tem nenhuma possibilidade de verificar a hipotese atraves de experimentos, de maneira que nao sabera nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento."

“Ainda sonho com a vida.”

Aos 14 anos, João (nome fictício) viu-se envolvido num mundo com regras e comportamentos muito próprios. Durante muito tempo, a vida passou-lhe ao lado, para se tornar semelhante a tantas outras. Hoje, é com pesar que olha para o passado. “Sei que perdi muitas coisas, agora vou ver se as encontro. Ainda sonho com a vida.”, diz enquanto acende mais um cigarro.



Estamos sentados numa mesa de café, frente a frente. No entanto, o olhar dele viaja, recua 25 anos no tempo. Lembra-se que, tal como tantos outros, começou a fumar marijuana por pura curiosidade. Da erva a outros estupefacientes mais pesados foi um passo, mas garante que “sempre soube que a droga não levava a lado nenhum”. O resto da história ganha contornos familiares: viveu nas ruas, roubou a família e os amigos, esteve preso. E foi na prisão que decidiu mudar de vida. Não é que não tivesse tentado antes, mas “faltava-me sempre a coragem e os meios para sair da droga”. João respira fundo e diz ser impressionante como nunca faltava heroína na prisão. Talvez por isso, cada vez que pedia ajuda, esta era “insuficiente”.

Mas um dia “atingiu o fundo do poço”, como gosta de dizer. A morte do pai veio dar-lhe a força de que precisava para apostar numa cura. E assim foi. Depois de sair da prisão, João iniciou um tratamento de desintoxicação e foi logo encaminhado para o Programa Vida-Emprego. E é já com um brilhozinho nos olhos que João fala desta nova etapa da vida e da reviravolta de “180 graus” que ela deu. O projecto fez com que tivesse entrado “numa reinserção a sério” e com uma verdadeira oportunidade de “começar uma nova vida”.

Depois de 25 anos a viver no mundo da droga, João tinha agora em mãos o ensejo de voltar a ser parte integrante da sociedade. Recomeçar a viver não foi fácil, pois além do emprego, ele próprio teve que se adaptar às pessoas, e as pessoas a ele. A discriminação foi um dos primeiros obstáculos com que João teve de aprender a lidar. É que conviver com um ex-toxicodependente levou a “que desconfiassem de mim no início”. Mas o desconforto revelou-se passageiro. Diz João que “à medida que o tempo foi passando, as pessoas foram ganhado confiança e aceitaram-me”.

Hoje, este ex-toxicodependente tem uma vida estável e consegue manter-se afastado de quaisquer drogas. Isto é, além da metadona que toma diariamente e do cigarro que de vez em quando insiste em fumar, o trabalho na Câmara Municipal de Coimbra é, de resto, o grande vício e a grande terapia de João.

“A droga mexe muito com uma pessoa”. João tem consciência de que já não conhece o jovem de 14 anos, esse ficou para trás. A pessoa que é hoje é um filho da droga. Quase que como um paradoxo, é com um tom visivelmente emocionado que João diz que perdeu “muitos sentimentos, muitas emoções” e agora não consegue chorar. O olhar dele perde-se com as pessoas que passam na rua, enquanto repete que “não consigo chorar”. “A droga deixou-me marcas irreversíveis. Não sei amar ninguém”, continua.

João é casado com uma ex-toxicodependente e tem uma filha de 11 anos. Limpo de quaisquer substâncias e com uma vida assente, João agradece ao Programa Vida-Emprego por lhe ter vindo a devolver a auto-estima. Diz que já não é “um tipo mau”, mas que ainda lhe faz alguma confusão ”enfrentar a sociedade”. E acrescenta: “Só eu sou o culpado por aquilo que passei”. Talvez por isso, quando lhe perguntei que palavra usaria para definir esses 25 anos, ele me respondeu “deserto”. Talvez por isso João diga tão convictamente que “drogas nunca mais. Não vou dizer desta água não beberei, mas já bebi dela durante muito tempo e não quero voltar a fazê-lo”.

A conversa é sempre a mesma.

Todos já reparamos que, volta não volta, há um prémio chorudo no Euromilhões. E, como é óbvio, nessa semana as apostas aumentam. Grande novidade!

Mas parece que para a TVI esta é a grande notícia da semana.

É que, volta não volta, a TVI insiste em passar as tarde de sexta com directos em casas de jogos e apostas.

É por estas e por outras que eu e tantos outros deviamos estar no jornalismo.

Porque, infelizmente, o jornalismo português precisa urgentemente de uma lufada de ar fresco.

Precisa de se abrir mais às novas gerações.

Precisa de se tornar um jornalismo de referência. Para já, não passa de um jornalismo de interesses e de politiquices.

Porque o jornalismo português - incluo, à força, a TVI- precisa de canalizar a sua informação para outra coisa que não o Euromilhões.

Chuva oblíqua

Chovia.

Chovia muito.

Ali parada no meio da rua, molhada até aos ossos, à espera de um cliente qualquer. De alguém que queira sexo. Ela dá, em troca de uma horas num sítio seco.

Chove.

Chove muito.

Maldita hora para sair de casa, mas lá também não podia ficar. Não tinha paciência para mais uma discussão com a mulher. Chamou-lhe à atenção aquela figura molhada à beira da estrada. Parou.

De repente sentiu-se parte de um filme qualquer.

Aquele estranho perguntava-lhe o preço. Respondeu e ele disse-lhe para entrar no carro.

«Quero-te por duas horas. Vamos dar uma volta.»

Ela assentiu e ele arrancou.

«Só preciso falar com alguém.»

E durante duas horas, às voltas na cidade, ele falou, ele desabafou. Ela ouviu.

Quando ele parou o carro, junto à mesma esquina onde a tinha encontrado.

«Obrigado».

«Obrigada eu».

Deu-lhe um beijo na boca e saiu.

Chovia.

Chovia muito.

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